SEJAM BEM VINDOS!

Tendo pisado neste caminho de sonho, do mundo ilusório,
Sem olhar para os rastros que talvez tenha deixado;
O canto do cuco me alertou para ‘voltar pra casa’ -
Ouvindo isto, brigo com minha cabeça para ver
Quem havia me dito para voltar atrás;
Mas não me perguntou onde tenho dado cabeçadas,
Já que viajo neste mundo sem limites
Onde cada passo que dou, é minha casa.

Doge

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Passione...


Todo mundo que conheço quer se apaixonar. E quando finalmente acontece, começamos a desejar que passe. É um desassossego! Fazemos coisas impensadas, metemos os pés pelas mãos. Regredimos, ficamos inseguros. A cabeça não pára e, ao mesmo tempo, ficamos acéfalos.
Tudo isso por uma sensação entorpecedora de “amor”, de encontro e completude. É como tomar um ecstasy de 8 em 8 horas com receita médica. Mas a imagem é um pouco distorcida, a paixão exagera na saturação das cores, na intensidade das emoções, no julgamento das coisas. Exagera por um lado e ignora por outro. Ignora completamente o fato de sermos falhos e que a realidade é bem mais simples. A vida não pára como nos filmes românticos para só se viver de amor. A paixão não se sustenta fora do seu mundinho perfeito. E quando a realidade começa a bater à porta, sofremos. Trocamos o sorriso pelo choro. E a pergunta: - Onde está aquele mundo perfeito que estava aqui agora mesmo? Na verdade, o mundo sempre foi o mesmo, estava lá quieto, as cores a mais foram por nossa conta.
Nos sentimos enganados. E fomos. Por nós mesmos, pelo sentimento mais alucinógeno que qualquer droga, a paixão. Começamos a desejar esquecer aquela pessoa que não corresponde mais a tudo o que acreditamos um dia. E começamos a querer nossa paz e nosso controle de volta. Sentimos falta de nós mesmos, dos momentos com os amigos, de poder fazer qualquer coisa livremente, ou de simplesmente respirar. Coisas antes tidas como banais e sem graça, de repente tomam uma importância vital.
Um dia a paixão passa e nos curamos. Sentimos alívio e vazio. Assumimos novamente a sala de controles, mas não somos mais os mesmos. Precisaremos agora reaprender sobre essa nova pessoa que somos. Quanto ao que passou, fica uma sensação de um domingo no parque de diversões. Foi um dia feliz, nossos olhos brilham ao se lembrar, mas a mente sabe que seria impossível viver numa montanha-russa, por mais divertida que ela seja.
Ás vezes dá até vontade de voltar nesse parque. Mas sabendo que ele é só um parque. E que o parque sem as pessoas não é nada mais que uma montanha de metal parada. A diversão e o encanto é todo nosso, sempre foi. Como uma criança brincando de casinha, fazendo o almoço e esperando o "papai" chegar... Vai dizer pra ela que não é real... E o que isso tem a ver com nosso mundo adulto? É que nós brincamos de amor.

4 comentários:

  1. Perfeito amiga! Me identifico com tudo o q disse!

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  2. Que bom que gostou linda! Escrevi porque vivi exatamente isso há bem pouco tempo. Já estou no domingo no parque... rsrs Espero que a gente tenha trocas muito ricas aqui. Seja sempre muuuito bem vinda!

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  3. Para tudo o "mãe" ViVika... rsrsrs..
    CREDU... seu texto faz viajar no momento e no pensamento... Me peguei sentada na cafeteria, pensando e agora.. José?(isso pra dar um ar de poesia mesmo).. Acho q vc tem a arte de aguçar afiadamente os meus pensamentos né?!, acho não, tenho CERTEZA ABSOLUTA!!!
    Pronto agora não vou dormir, pensando no fato q estou sentindo a falta da Ellen... (no caso eu, seguidores.. rsrsr)
    Otimo texto.. gostei de quase tudo.. só não gostei q vou perder meu sono hj.. (brincadeirinha!!! rsrsr) bjokas

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  4. Namastê!
    Adorei o enfoque da verdade e o mal entendido de querer amar, ser amado, o amor......

    Rupa

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