Aprendendo a ler

Somos alfabetizados, juntamos as letrinhas e sabemos o que está escrito... Mas isso não garante que a gente saiba ler o que acontece à nossa volta.
Não sei se você já conseguiu observar, se não, pare para analisar. É bem simples: A VERDADE ESTÁ SEMPRE NA NOSSA FRENTE! Aberta, escancarada, muitas vezes pintada de verde e amarelo. A gente é que não vê, ou melhor, não "lê"!
Eis que você acaba de conhecer um cara, ele faz um comentário machista sobre alguma coisa ou pessoa. Você acha engraçado porque está cega e surda, afinal tudo o que ele diz é lindo. Ele dando todas as deixas e você só vendo como os olhos dele na luz ficam num tom castanho tão lindo. Pois é. A verdade está lá, sempre! Em pouco tempo, ele está te matando de vergonha com atitudes e comentários machistas, tentando te convencer que todas as suas amigas são umas safadas, que sua saia está sempre muito curta e que de repente ... quem sabe... você poderia parar de trabalhar.
Você fica decepcionada e não se conforma com a pessoa em que ele se transformou. Não querida, já estava lá, sempre esteve. Você é que não "leu".
Isso acontece em inúmeras situações como o cara leva que flores para você no encontro e é grosseiro com o garçom ou com outras pessoas. Acredite, em breve você será o “garçom”! Uma pessoa ou é gentil ou não é, ser gentil com você e um ogro com o resto do mundo é indício de algo errado. Aprenda a ler!!!
Comigo aconteceram situações muito nítidas que, obviamente, só fui “ler” quando já era tarde demais. Mas é válido compartilhar, pode ser que ajude alguém. Uma vez certa pessoa me disse que sempre tinha casos esporádicos com outras mulheres durante o seu namoro anterior, e eu não "li" o que ele disse. Tempos mais tarde, essa pessoa passa a ser meu namorado, e adivinhem o que aconteceu??? Dou uma chance! Fui traída. Alguma novidade? Não, ele disse tudo o que eu precisava saber. Eles sempre dizem, mas a gente sempre acha que com a gente vai ser diferente.
Não é para virar uma neurótica, mas aconselho, abram os ouvidos. Quando estiver conhecendo alguém OUÇA com atenção o que a pessoa está dizendo. Observe suas atitudes. Não julgue, colete dados. Converse muito. Mentira não se sustenta por muito tempo. Acreditem: é um investimento válido!
Afinal é o seu coração que está em jogo!

PROPAGANDA POLÍTICA...

Penso que propaganda política não deveria existir.
A propaganda deveria ser automática, ou seja, à medida que o trabalho fosse desenvolvido daria cara para esta ou aquela administração. Sonho utópico meu...
Propaganda é algo feito pra convencer e para isso usa-se muito de manipulação. Na política não estamos falando de um "produto", mas do futuro de muitas pessoas.
Não é como certa empresa te convencer a aderir a um determinado plano de celular e depois você descobrir que está sendo enganado. Se isso já é o maior transtorno, muitas vezes pagamos por um serviço que não foi prestado e ainda temos que ficar horas com aquela atendente só pra conseguir cancelar o plano. Mas a política pode ser a diferença entre a vida e a morte para muitas pessoas. Normalmente para aquelas que precisam muito mais do que nós.
O Jornal Tribuna de Minas deste domingo (23/05) trouxe uma reportagem sobre a merenda das escolas estaduais. A verba é de R$0,30 por aluno (isso mesmo, centavos!!!). No dia que foi feita a reportagem numa certa escola, havia 4 quilos de carne para serem divididos para 100 alunos. Faça as contas você mesmo para saber quanto cada um comeu... Fizeram um angú à baiana ralo, na verdade, ficou faltando a baiana. Detalhe: muitas crianças só têm essa refeição no dia.
A Débora Falabella estava linda naquela propaganda falando das coisas maravilhosas que o governo de Minas fez pelos mineiros. Obras, novas empresas, crescimento, melhorias na escola... Lindo de se ver e ouvir.
Será que a Débora aceitaria provar um pouquinho do angú à baiana?
Propagandas do tio Aécio passam em horário nobre com atores famosos, quanto será que isso nos custa? Já sabemos que anda custando a merenda... e o que mais?
Estava comendo uma deliciosa torta de palmito enquanto lia a reportagem, quando cheguei na parte em que uma garota dava seu depoimento: - “Meu sonho é comer batata frita.”, perdi a fome!

Passione...

Todo mundo que conheço quer se apaixonar. E quando finalmente acontece, começamos a desejar que passe. É um desassossego! Fazemos coisas impensadas, metemos os pés pelas mãos. Regredimos, ficamos inseguros. A cabeça não pára e, ao mesmo tempo, ficamos acéfalos.
Tudo isso por uma sensação entorpecedora de “amor”, de encontro e completude. É como tomar um ecstasy de 8 em 8 horas com receita médica. Mas a imagem é um pouco distorcida, a paixão exagera na saturação das cores, na intensidade das emoções, no julgamento das coisas. Exagera por um lado e ignora por outro. Ignora completamente o fato de sermos falhos e que a realidade é bem mais simples. A vida não pára como nos filmes românticos para só se viver de amor. A paixão não se sustenta fora do seu mundinho perfeito. E quando a realidade começa a bater à porta, sofremos. Trocamos o sorriso pelo choro. E a pergunta: - Onde está aquele mundo perfeito que estava aqui agora mesmo? Na verdade, o mundo sempre foi o mesmo, estava lá quieto, as cores a mais foram por nossa conta.
Nos sentimos enganados. E fomos. Por nós mesmos, pelo sentimento mais alucinógeno que qualquer droga, a paixão. Começamos a desejar esquecer aquela pessoa que não corresponde mais a tudo o que acreditamos um dia. E começamos a querer nossa paz e nosso controle de volta. Sentimos falta de nós mesmos, dos momentos com os amigos, de poder fazer qualquer coisa livremente, ou de simplesmente respirar. Coisas antes tidas como banais e sem graça, de repente tomam uma importância vital.
Um dia a paixão passa e nos curamos. Sentimos alívio e vazio. Assumimos novamente a sala de controles, mas não somos mais os mesmos. Precisaremos agora reaprender sobre essa nova pessoa que somos. Quanto ao que passou, fica uma sensação de um domingo no parque de diversões. Foi um dia feliz, nossos olhos brilham ao se lembrar, mas a mente sabe que seria impossível viver numa montanha-russa, por mais divertida que ela seja.
Ás vezes dá até vontade de voltar nesse parque. Mas sabendo que ele é só um parque. E que o parque sem as pessoas não é nada mais que uma montanha de metal parada. A diversão e o encanto é todo nosso, sempre foi. Como uma criança brincando de casinha, fazendo o almoço e esperando o "papai" chegar... Vai dizer pra ela que não é real... E o que isso tem a ver com nosso mundo adulto? É que nós brincamos de amor.