Esse terremoto hoje me fez pensar, refletindo para além da tragédia.
As cenas mostravam milhões de objetos arrastados como brinquedinhos, bens desejados pelas pessoas como carros novos, barcos, casas e tantas outras coisas de valor imenso, material e emocional.
Há que se pensar, claro que as coisas materiais têm mesmo relativa importância em nossa vida. Conforto e luxo, por exemplo, quem não gosta? O problema é quando isso passa a ser você! Quando há uma identificação com as coisas que o sofrimento começa.
Por que e se isso se vai? Acabou você?
É preciso entender que coisas e pessoas vêm e vão, como tantas outras coisas como o dia e a noite, as estações, enfim, tudo é transitório (inclusive você...). E o que é transitório não pode sustentar nossa identidade, nossa paz ou nossa vida. Nós não “possuímos” nada de verdade, isso é uma baita ilusão.
Então, curta aquilo que está com você aqui e agora, mas não tome como “seu”! Se essa coisa se for amanhã, ok, está tudo bem. Faz parte do movimento da vida.
Talvez seja para aprendermos essa lição que certos terremotos passam por nossa vida. Para nos mostrar quem somos nós, ou melhor, quem NÃO somos!
Quando você perde tudo, tem a impressão que sua vida acabou. Mas você continua vivo! Você sobrevive, mesmo que relute em aceitar isso. Está na sua cara que você não é nada isso, que você É independente das coisas e situações. Tanto que elas passam e você está lá pra ver tudo isso acontecendo.
Nós desejamos que as coisas permaneçam e sejam eternas, mesmo que nós mesmos não sejamos, e isso é nadar contra correnteza. E nadar contra é a principal fonte de sofrimento.
Você É, "coisas" vem e vão... Pense nisso!
